Lilypie Third Birthday tickers

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A saudade da tetê...

Desde o primeiro mês de gravidez eu me preparei para a amamentação. Foi o meu obstetra quem orientou: usar uma esponjinha ou buchinha na hora do banho, esfregar bem o bico do peito. Ele precisa ficar bem áspero pra ficar bem resistente, e nada de cremes. Ah, e banho de sol nos peitos também é bom. Não tomei um banho sequer durante a gravidez sem fazer esse ritual. Não sei se foi a esponjinha, a vontade de dar de mamar, mas fui uma vaca leiteira daquelas de jorrar leite nas paredes no banheiro na hora de tomar banho. Tentei até doar leite pra um banco mas aqui na minha cidade não tinha. Mas a Sophia não se fez de rogada e mandou ver. Mamava na direita, mamava na esquerda, nunca fez pouco caso de nenhuma das duas. Depois desmaiava e se a gente dava uma mexidinha nela chegava a ouvir o barulho do leite na barriga. E assim foi direto no peito até os cinco meses. Quando ela começou a ir pra escolinha comprei uma bombinha, tirava o leite na hora do almoço e a noite, e congelava pra levar pra escola. Nosso freezer ficava cheinho de potinho de leite, parecia que a gente fazia picolé pra vender.
Com oito meses parei de mandar leite pra escola porque eu não tava mais dando conta de tirar leite na hora do almoço, era verão, um calorão... o mamá já tava ficando salgado de tanto suor. Entrei com o ninho integral e ela aceitou super bem. Continuaram as mamadas da manhã, chegada da escola e antes de dormir. Quando a Sophia completou um aninho decidi iniciar o processo de desmame. Resolvi que iria ser com muita calma e devagar, afinal seria uma mudança grande pra mim e pra ela. Comecei tirando a teta da noite, em uma semana ela já estava aceitando super bem a mamadeira. Esperei umas duas semanas e tirei a teta da manhã. A adaptação dela foi tranquila e assim ficou só a teta na chegada da escolinha. Ela chegava em casa e a primeira coisa era pedir a tetê. E eu dava. Nos primeiros dias é difícil, o peito enche, dói, vaza, bate a culpa: porque que eu tô botando fora esse leite?  Mas a natureza é radical (pelo menos foi comigo!): é mãe, tá amamentando? Então só vai querer fazer isso, esquece o resto. Mas o resto (e entenda-se por isso marido e vida íntima), não esquece da gente. Então foi assim, fiquei dando o peito uma única vez por dia quando ela chegava da escolinha, era minha melhor hora do dia, ela mal pedia e eu já botava o peito pra fora. Mas os filhos crescem... coisa de um mês, ela chegou em casa e foi brincar. Amor, a Sosô não pediu tetê! E minha pequena desmanou assim, tranquilamente. Voltaemeia, principalmente nos finais de semana, naquelas horas de manha ela pedia e eu falava pra ela que agora era só mamadeira, que a tetê acabou. E até hoje de vez em quando ela pede tetê, levanta a minha blusa, daí eu mostro o peito pra ela, digo que não tem mais, ela olha pro peito e diz: Cabô!!! Dá um beijo no peito, um tiau, tiau e vai brincar.
Amamentar foi uma das vivências mais lindas que eu tive na vida. Sinto saudades, muita. Mas entendi que aquele momento era o certo para parar, que seria muito bom para nós duas. E assim como a vida pede, encerra-se um ciclo pra começar um outro.
Fiz a minha escolha sempre conversando com o Tony, mas a decisão foi minha. Porque esta é uma decisão da mulher e cada uma deve fazê-la por si mesma, sem medo dos julgamentos (que virão, certo como um mais um são dois) e sem culpas. Mas é o coração de mãe, inundado de amor, que deve decidir.
Sem palavras...

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